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O Evangelho segundo Deus - John MacArthur

  • Foto do escritor: Júlio Moredo
    Júlio Moredo
  • 14 de jul. de 2022
  • 3 min de leitura

Atualizado: 15 de jul. de 2022

Ensaios para provar com argumentação de teólogo o que crê a fé do religioso

Um livro essencialmente teológico sobre nossas origens civilizacionais judaico-cristãs redigido em formato ensaístico/acadêmico (com uma pitada de linguagem de reportagem) pelo pastor luterano norte-americano John MacArthur, profundo estudioso do Antigo Testamento, seus profetas e profecias e, especialmente, a conexão deles, do contexto histórico e da caminhada eleita da nação de Israel e do povo judeu no rumo do salvador, o Cristo, o Messias, que para ele e todos os cristãos adveio com o nascimento casto de Jesus de Nazaré, marco inaugural para a Bíblia do Novo Testamento e a cisão com a doutrina hebraica da Torá e do Talmude.


Para quem tem formação básica em teologia e siga quaisquer uma das três maiores religiões monoteísticas-ocidentais (cristianismo, judaísmo e islamismo) é uma obra essencial para erudição, reflexão, informação e diálogos posteriores, já que, bem em seu título, vemos a tese que MacArthur deseja incumbir, passo a passo, versículo a versículo, no leitor: as palavras vindas diretamente de Javé, Deus maior para estas três congregações, mas faladas pela boca do genial e espantoso profeta Isaías, maior erudito e escritor hebreu do Antigo testamento, com enfoque especial, claro, ao capítulo 52-53 de seu Livro.


Escrito sete séculos e meio antes do nascimento de Jesus de Nazaré, ele prediz a vinda do Messias pelo sangue dravídico, sua rejeição pelos rabinos maiores do Templo de Salomão por sua pobreza, piedade e humildade, condenação aos piores tormentos em substituição aos próprios pecadores e, claro, a redenção eterna pela promessa do Reino dos Céus a quem nele crê, se arrependa e o abrace antes do Apocalipse (final do Livro), onde, segundo Isaías, os israelitas se veriam em arrependimento e finalmente se curvariam ao seu verdadeiro rei.


Tratando, pois, de tema tão polêmico e delicado quanto denso e profundo, difícil de transmitir para não iniciados ou estudiosos em teologia, o autor consegue um prodígio a cada página e capítulos (estes muitos e sempre esgarçando cada passagem de Isaías 52-53), dissecando até para os mais leigos (e descrentes) esta poderosa predição da chegada da salvação, da santa aliança erigida pelo Pai, nos Céus, e pelo Filho, o Servo Sofredor, na Terra, Cordeiro de seu pai, morrendo justo pelos pecados dos ímpios, bendito pelo Espírito Santo.


Para um agnóstico como eu foi aos poucos que pude, pela clareza das explicações dadas pelo autor, sempre grifando cada passagem a fim de elencá-la em seguida, comprovando racionalmente sua tese, deixar-me ir cativando por cada passagem deste inacreditável prenúncio, só deixando de impressionar quem é muito cético ou mesmo desonesto em suas conclusões.


Escusado seria me alongar a respeito dos detalhes de palavras e conteúdo do que escreveu em antecipação Isaías, bastando ao leitor breve pesquisa para satisfazer sua sanha curiosa, por isso irei apenas recomendar que leiam atentamente este trabalho acadêmico (sem deixar de ser ministerial/missionário) feito contudo por um religioso sério e muito diferente de falsos pios que por aqui e acolá vemos surgir na sociedade e política.


Deixo meu convite para essa leitura. Os incrédulos poderão se ver abalados, como eu fui, após tomar conhecimento de tantos detalhes impossíveis de ser escritos não fosse Isaías um profeta a falar pelo comando de outro. Se este é Deus, não cabe a mim, em minha ignorância, julgar. Julguemos a nós mesmos e nosso entorno conhecendo este belo trabalho que analisa pela razão os maiores mistérios da fé. Saia com a sensação de que, talvez, não estejamos sós neste mundo repleto de vileza, ódio e mentira.

Na segunda parte do trabalho, bem menor que a primeira, onde a profecia é de fato estudada em dialética, com tese, antítese e síntese, MacArthur ainda nos apresenta o cenário em que viveu Isaías e a situação terrível pela qual o povo judeu atravessou ao longo de milênios de opressão, perseguição e ameaças estrangeiras à sua crença e modo de vida. Analisando friamente como se faziam sacrifícios (de criminosos e animais) nestes períodos, John chega à conclusão de que o profeta só poderia estar enxergando ao longe, à dominação dos reinos de Judá e Israel pelos romanos, séculos depois de sua morte.

Outro fator positivo da obra é a maneira totalmente fria e até neutral com que apresenta seus argumentos, sem, por exemplo, qualquer rancor para com os rabinos farisaicos ou ao povo hebreu como um todo por ter condenado e rejeitado Jesus ao tormento e morte. MacArthur justifica muitos destes aparentes pecados justamente pelo trauma judaico de divisão e aniquilação que por muito tempo viveram e até hoje vivem, deixando neles e em todos os humanos o átimo de esperança na comunhão e no amor eterno ao aceitarmos, no juízo Final, as palavras preditas por um sacerdote judeu há 2750 anos.

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